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Cechin assume as posições de Heinze e colide com o PP do governo Leite. É?

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O PP gaúcho tem pelo menos quatro nomes em posições de grande projeção no governo gaúcho. Tem três postos no primeiro escalão, inclusive a superimportante Casa Civil, a cargo do ex-deputado e ex-prefeito caçapavano Otomar Vivian. Os outros dois são a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, do deputado Covatti Filho, e a Secretaria Extraordinária de Relações Federativas e Internacionais, sediada em Brasília, função exercida pela ex-senadora Ana Amélia Lemos. De inhapa, os progressistas têm no deputado Frederico Antunes o líder do governo na Assembleia Legislativa.

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Todas essas ilustres figuras da política gaúcha estão, obviamente, alinhadas com o governador Eduardo Leite e o defendem, como deve ser - do contrário, manda a ética política que a agremiação por certo defende, todos eles se exonerariam. Agora, veja só, há um fato curioso.

Nenhum deles, por mais significativos que sejam, resolvem questões políticas importantes no partido, por sinal presidido por Celso Bernardi. Quem influencia, meeeesmo, com direito a montar a estratégia eleitoral da agremiação em várias comunas, é o senador Luiz Carlos Heinze. Com direito, inclusive, a passar por cima da orientação política do governador de cujo governo o partido faz parte.

Trazendo para Santa Maria, é Heinze quem comanda politicamente a candidatura de Sérgio Cechin. E, por extensão, ou adesão, dos demais integrantes da superaliança formada em torno do vice-prefeito, inclusive o emedebista e pré-candidato a vice, Francisco Harrisson - partido que também, aliás, ostenta cargos no governo gaúcho, inclusive secretaria de Estado.

É improvável, dados os costumes recentes da política gaúcha (se fosse no passado nem tão distante, talvez fosse diferente), que haja estremecimentos estaduais, nem alguém acredita que quaisquer dos acomodados em cargos no governo do tucano Eduardo Leite deles se desapeguem. Mas não deixa de ser estranho, e sempre haverá um eleitor mais atilado a notar as últimas ações da dobradinha em Santa Maria.

São dois fatos, separados de poucos dias, e que denotam um acirramento da disputa, o enfrentamento e, mais que isso, uma marcação de espaços que poderá ter lá seu significado futuro.

Sempre sob inspiração (ou talvez orientação) de Luiz Carlos Heinze, Sérgio Cechin bateu no "distanciamento controlado", instrumento de combate anticovid adotado pelo governo de Eduardo Leite (inclusive com a presença do PP).

Da mesma forma, adotou o discurso bolsonarista de Heinze em sugestão (claramente com o objetivo de constranger Pozzobom) da adoção do chamado "tratamento precoce", com fármacos sem reconhecimento da comunidade científica.

No que isso vai dar? Não se sabe. Ainda não. Afinal, é de supor que o PSDB não vai ficar esperando sentado. Como reagirá? Com essa resposta em mãos será possível entender que tom a campanha eleitoral terá, quando ela de fato começar.

CAMPANHA A COTOVELAÇOS, PROMESSAS IMPOSSÍVEIS E SOBRA DE DESINFORMAÇÃO

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Assessoria CVSM (Divulgação)

Estima-se que talvez se apresentem em novembro, à disputa de uma vaga à Câmara, algo como 400 candidatos. Pouco menos. Pouco mais. É uma quantidade inusitada de concorrentes, situação creditada à impossibilidade de alianças proporcionais e cada partido tendo de apresentar nominata própria ao Legislativo.

Levam vantagem, como sempre, os já vereadores - que contam com máquina bem azeitada ao longo de um ou mais mandatos, inclusive com CCs que são, na prática, cabos eleitorais pagos pelo contribuinte. Outras figuras públicas, com espaço midiático, sejam ou não profissionais da área, além de lideranças de algum segmento expressivo, também têm relativo benefício.

Já os demais, desprovidos de estrutura financeira ou pessoal, se viram como podem. Algum, como sempre ocorre, poderá surpreender. Isso, porém, se torna cada vez mais difícil. Então, qual o jeito? Os "cotovelaços", inclusive em companheiros de legenda, são cada vez mais comuns, embora não sejam novidade.

De diferente, meeesmo, e até com exemplo de eleição recente, é a prática da desinformação. A principal, que o escriba já notou (e anotou) é oferecer o que não tem. Exemplo? Não é função do vereador formar equipes para tratar das estradas distritais, inclusive com veículos específicos.

O edil, no máximo, poderá fiscalizar o Executivo e exigir que este realize o serviço. Mas há quem já esteja se alçando nessa área. E gente que critica os políticos por fazer o mesmo. Enfim, é o roto falando do esfarrapado. Sempre, no entanto, haverá quem compre a ideia. Tomara que em número insuficiente.

HÁ AINDA MUITAS INDEFINIÇÕES. CONFIRA UM RESUMO:
Não fosse a mudança de data das eleições, neste final de semana se estariam realizando as últimas convenções. Com os novos prazos, ainda há mais um mês antes que, em 31 de agosto, a situação se defina.

Sorte de algumas articulações, que ainda não fecharam os candidatos, nem de partidos que vão se aliar. Na verdade, na verdade, só há duas chapas (se nada inusitado ocorrer) definidas: as alianças PP e MDB (Sérgio Cechin/Francisco Harrisson) e PT e PSD (Luciano Guerra e Marion Mortari). A primeira com a chancela de outras seis siglas ao menos. A segunda, solita.

Quanto aos demais, há questões praticamente acertadas, como a aliança que une Jorge Pozzobom e Rodrigo Décimo (PSDB/PSL, com apoios de DEM e PTB). E outras ainda sem solução. Aí se sobressai a Frente Trabalhista - quem será o candidato a prefeito, Fabiano Pereira (PSB) ou Marcelo Bisogno (PDT)? E o vice?

Também estão sem confirmação integrantes das chapas a serem lideradas por Evandro de Barros Behr, do Cidadania (com, se fosse hoje, a enfermeira Carla Kowalski de vice) e por Jader Maretoli (do Republicanos, foto), sem vice anunciado.

Para fechar, se nada mais sobrevier, ainda há o PSol, o único partido da esquerda-esquerda a apresentar chapa majoritária, a ser definida dia 8. Outras siglas, ideologias a parte, incorporam-se a chapas já existentes ou só olharão o pleito.

LUNETA

SKATES E...
Com o surgimento de empresa interessada, segue o projeto de revitalização do Parque Itaimbé. O interessante é ver, assim, de soslaio, coisas curiosas. Uma delas é a que opõe a presidente do MDB, Magali Marques da Rocha, contra a pista de skate no local, à vereadora do PP, Cida Brizola, cujo partido é em parte responsável pela verba que garante a obra. Ah, e ambas são aliadas nas urnas de novembro.

E O PSOL?
Os psolistas definem no próximo sábado, dia 8, quem vai representá-los na disputa majoritária. Não há qualquer nome ainda cogitado, mas ele deve surgir. E também um para vice, pois dificilmente PCB e/ou PSTU, outros partidos da esquerda-esquerda, se apresentarão ao pleito - exceto, talvez, em apoio informal ao PSol. Aliás, o partido de Luciana Genro terá dois, talvez três, concorrentes à Câmara de Vereadores. E só.

REGRESSIVA
Beneficiados pelo adiamento da eleição para novembro, Cargos de Confiança da prefeitura, por exemplo, ganharam mais 42 dias de serviço ativo (e garantia salarial). Mas o prazo, enfim, acaba dia 15. Aliás, o mesmo ocorre com a cerca de uma dezena de midiatas que terão, enfim, de largar (até dia 10) câmeras e microfones e entrar, direto, na pré e depois na própria campanha.

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QUARTETO
Sabe daqueles encontros a portas fechadas, de preferência sem assessores desnecessários e com telefones celulares desligados? Um trololó desse tipo deve acontecer até segunda-feira, reunindo caciques dos quatro partidos que devem chancelar a recandidatura do tucano Jorge Pozzobom (foto) à prefeitura. No caso, lideranças de PSDB, PSL, DEM e PTB.

PARA FECHAR!
Aparentemente, esquentou a pré-campanha. Os protagonistas são PT e PP. É o que pode se deduzir da "lembrança" feita pela concorrente à Câmara Helen Cabral, e chancelada pela direção petista, de frases ditas pelo senador Luiz Carlos Heinze, anos atrás. E também da manifestação pró-cloroquina e afins, discurso bolsonarista encampado por Sérgio Cechin (PP), num recado direto ao prefeito Jorge Pozzobom (PSDB). Pooois é.

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